segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Coffee for me!

  Era tarde já, talvez 3 da madrugada. Estranho porque nunca havia acontecido isso comigo. Uma garçonete lá no fundo do balcão sentada em um banquinho e segurando a cabeça com a mão parecia querer saber o motivo de eu ser doida o suficiente para está ali as 3 horas da manhã de sábado. Sábado é o dia de todas as pessoas estarem em festas e se divertindo até o amanhecer, mas eu estava ali, em uma pequena lanchonete que não tinha nenhum movimento. Ou quase. 
   Eu tinha que esquecer tanta coisa. A única coisa que me fazia esquecer dos problemas era Café. Tem pessoas que bebem para esquecer os problemas. Viu como eu sou realmente doida? Café, café, café... Foram muitas xícaras de café, até perdi as contas, mas deu uns 70 dólares. Acho que estou exagerando um pouco... Um pouco...
   Todas aquelas promessas de amor que um dia eu acreditei que iam ser realizadas, não foram realizadas. Todos os beijos que tivemos, não fazem mais sentido. Parece que nada aconteceu com você né? É como se tudo que realizamos até aqui, não tivesse valido de nada, como se fosse... Todos os presentes, eu queria jogar no lixo, mas eu não fiz isso. Sabe por quê? Porque fez parte da minha vida. Queria apenas saber se você ainda pensa em mim, nem que seja um pouquinho...
   - Gostaria de mais outra xícara de café? - A garçonete apareceu bocejando e com um rosto acabado.
   - Desculpe-me. - Dei uma pausa e ela estava quase indo embora - Mas a senhora já sofreu por amor?
   - Por que quer saber disso?
   - Porque eu acho que se a senhora soubesse, não estaria com essa cara.
   Ela parou por um momento como se estivesse com pena de mim e ao mesmo tempo querendo me mandar embora dali. Mas tinha uma norma que os garçonetes só podiam sair quando ninguém estivesse mais lá.
   - Moça, não adianta sofrer por amor. - Disse ela.
   - Eu sei. Mas é que dói lembrar que tudo que demorou tanto para conquistar, acabou tão rápido. 
   Ela saiu dali calada. E diante alguns minutos, ela voltou com um pote com cigarro apagado. 
   - Você não sabe o quanto dói ter que aguentar isso todos os dias.

Autora: Katlyn Neris

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