sábado, 18 de maio de 2013

Sobre Um Cupido



   Em terras escuras, eu fui escolhida para demonstrar ao mundo o amor. Dores estranhas e penas pelo ar, como posso dizer o que é isso? E quando estava procurando ajuda, ninguém poderia me enxergar. Eu estava sozinha para usar todo aquele amor e logo fora disparada a primeira flecha, quase erradamente. E dois corações se juntaram para formar um só.
   E em um sociedade tão desamada, eu espalhava o amor. E todas aquelas pessoas estavam amando mais do que um dia havia pensado em amar. Nenhuma dor era sentida no caminho da cidade. Pensava em queimar todas aquelas magoas e todos os passados que estavam atrapalhando o presente e o futuro. Até que eu me dei conta de que era realmente estranho ficar diante essas pessoas. Eu sentia falta do amor em mim. E era exatamente aquele passado, aquela magoa, que me segurava para não ir adiante.
   Era a última flecha e eu não sabia o que fazer ou aonde mais procurar. Talvez deixe-me levar por meu egoísmo e uma dor quase insuportável permaneceu em mim por alguns minutos. Seja quem fosse, seja o que eu visse, eu sabia que era pra mim. Fui surpreendida ao abrir os olhos e ver quem eu menos esperava. "Por que está aqui de novo?" Ecoou. E aquela dor não estava mais ali, mas eu pude sentir algo se espalhando em meu corpo e me dando coragem de beijá-lo. Todo o passado foi esquecido e mudou tudo em nossas vidas. E percebi que eu não estava amando sozinha, você estava ali porque se importava comigo, porque me amava. - As asas sumiram, as flechas acabaram. Mas o amor estava ali, intacto. 

   Katlyn Neris

Meu pequeno agridoce.



  E naquele momento eu me senti a coisa mais fraca do mundo. Vontade de quebrar o quarto. Parece que quanto mais você tenta, mais piora. E daí eu vi tudo aquilo de anos atrás começar de novo. Era a mesma cena, a mesma sensação. Só que com mais intensidade. Desejando que tudo aquilo fosse mentira, olhei-me no espelho e perguntei: "De novo? Será que você não aprende?" E eu ouvi as cenas de quando a última lágrima foi exposta as minhas mãos e eu jurei que não iria me apaixonar novamente.
   Em um café exposto, eu espero você sentir a minha falta como sinto a tua. Eu fico esperando ver aquela estrela que brilha mais que o nosso amor. Esperando que você me faça sentir como um saco plástico. Quem sou eu para querer saborear algo quente se você prefere acreditar que o café continua frio? Mas eu te digo, querido, o café frio vai esquentar, pois, mesmo quando eu me sentir fraca, eu ainda possuirei meu ponto forte.
   Um bolinho pra acompanhar? Talvez não. Nenhum pouco de chantili, ou simples chocolate. Nada para acompanhar. Eu prefiro que eu seja o café amargo e você seja o café doce, assim podemos ser um pouco agridoce. Que tudo se equilibre como minha brincadeiras com a colher. 


Autora: Katlyn Neris