O ladrão de pássaros (parte 4)

   Ele ficou paralisado olhando pra mim ainda e eu fiquei com a garganta presa, sem conseguir falar nada. Quando finalmente consegui fazer minha garganta funcionar de novo, tive vontade de chorar, mas segurei-me para não demonstrar o que sentia. Ele foi se encolhendo devagar pra trás como se estivesse com medo de mim e eu ia juntando pra perto dele, acompanhando-o. Queria que ele percebesse que eu ainda era a mesma que um dia ele tivera conhecido.

   - O amor é quebrar, é queimar, é acabar. Não é? - Pausei apertando os lábios com uma das mãos e desviando os olhos - Eu lembrei. - Sussurrei. 

   - Eu não queria... Eu não achei... Que ia ser assim. - Ele estava assustado.

   - Você não é o seu pai, pequeno.

   Chamei ele do apelido que chamava ele, anos atrás, e acho que ele ficou mais sentido. Era sua vez de ficar com vontade de chorar, mas ele não iria chorar, principalmente na minha frente. 

   Ele se encolheu mais ainda e eu fiquei me perguntando se eu havia virado um monstro pra ele está desse jeito comigo. Era pra eu ter medo dele já que ele estava virando um psicopata como o pai. Abaixei a cabeça e sentei encostada na parede da esquerda. Fiquei ali pensando enquanto ele estava no canto escuro. Pensei no passado e em como ele não soube diferenciar e criar sua própria vida sem ter os pais como base. 

   Um tempo depois de pensamentos, ele, ainda com medo, sentou vagarosamente ao meu lado, mas não muito perto, talvez uns quatro palmos. Levantei a cabeça fazendo meu cabelo se arrumar e olhei pra ele. Ele se juntou mais de mim e dessa vez parece ter perdido o medo, pois se afastou tanto que deitou sua cabeça no meu ombro e agarrou meu braço. Parecia uma criança de cinco anos ou menos. Deitei minha cabeça na dele e disse:

   - Você nunca me disse o motivo de ter terminado comigo.

   - Eu não podia te fazer feliz como você queria ser.

   - Como você sabe?

   Ele retirou a cabeça do meu ombro lentamente e abaixou-a. 

   - Eu amava muito meu pai, queria realizar o último desejo dele. Só isso.

   - Estou com frio - Fugi do assunto assim como ele. Olhei pros lados para que ele percebesse que mudei de assunto.

   Ele passou o braço sobre meu ombro e se juntou mais a mim. Deitei minha cabeça no ombro dele e fiquei pensando - "Vai começar tudo de novo. Não se deixe levar por gestos carinhosos" - Aquilo me conquistava de uma maneira tão encantadora. 

   - Está tarde, melhor eu ir. - Olhei aqueles olhos azuis novamente.

   - Não vai, por favor. - Ele deu A piscada. Eu reconhecia aquela piscada dos dois olhos.

   Aquele vento novamente tomou conta daquele lugar, mas não foi um vento tão frio. Foi forte, mas numa temperatura normal. Foi um vento gostoso. Vento de praia, eu acho.

   Meu coração estava acelerando um tão pouco e foi sem eu perceber. Quando vi, meus olhos já não estavam mais abertos e minhas mãos já não eram mais minhas. E nem o meu coração. Sim, aquele momento junto ajudou muito nisso tudo. O medo já não tomava conta de nos dois, tinha algo maior. Bem maior.

Autora: Katlyn Neris

Foto editada pela mesma.

Feliz e não sabia!

   Por que sempre tem alguém me lembrando de você? Indiretamente me perguntam alguma coisa e eu lembro que no passado isso pertencia a mim. - Você já andou de skate? - Eu tento fujir um pouco, mas não consigo. Eu tenho uma coisa de encarar mesmo não querendo. Oh, pequena criança, por que ainda está tomando conta de mim? Acho que já sei a resposta. Você foi único que não me magoou, foi o único que me apoiou em todas as coisas que eu fiz, foi o único que fazia de tudo para não brigar. Por que você foi tão perfeito? 

   Você nunca se importou com minha afinação de voz, eu sempre estava perfeita pra você. Será que você ainda sente a mesma coisa? Eu lembro de quando eu ficava no celular para passar a vergonha e você tentava puxar assunto, mas eu tinha algo maior: A timidez. Você não se importava, gostava de mim desse jeito que eu era. - Também lembro do inicio. As palavras foram tão perfeitas que realmente me encantaram e me fizeram dizer coisas sem sentido, anos depois.

   Eu não sabia. Eu me confundi. Eu realmente de amei com tudo que podia amar, mas não demonstrei tanto assim. Sim, eu me arrependi. Mas quem não se arrepende? Daí eu fico vendo frases do tipo "Você não pode voltar ao passado", querendo poder voltar e arrumar tudo que fiz. Se eu pudesse voltar ao passado tinha feito tão diferente, você nem sabe como. Mas acho que só amadureci o suficiente agora. Mas eu vou te procurar. Mas eu ainda vou achar um jeito de arrumar tudo que eu fiz. Porque é assim que eu sou: Eu não deixo as coisas ficarem pela metade. Mesmo que demore, eu ainda pretendo arrumar.

   Onde você anda? E só queria que a minha coragem fosse maior que minha força de vontade. 

   Eu nunca vi o começo voltar de novo, você sempre estava me fazendo feliz com todos os sorrisos. Você me entendia, eu sei. Tínhamos tantas coisas em comum... Os estranhos? Talvez. Mas eu preferia ser chamada de estranha do que de puta. Pelo menos o nosso amor foi bom. Eu lembro o quão brincalhão você era. Sem brigas, sem discussões. E tudo acabou diante uma confusão de sentimentos porque eu esqueci que palavras bonitas me atraem muito.

   Eu só queria poder voltar consertar tudo. Será que eu teria uma nova chance na sua vida?

Autora: Katlyn Neris

O ladrão de pássaros (parte 3)

   - Legal essa máscara, não? 

   Eu não acreditava que aquilo era uma máscara! Estava muito bem feita! Parecia seu rosto normal, mas não era. Aquele rosto me parecia familiar e isso aumentou devido a ele ficar me encarando. Ele estava com um arranhão na testa e seus olhos eram tão claros que podia iluminar todo o rosto. Soltou lentamente a minha boca para ter certeza que eu não ia gritar. E não gritei. Meu medo estava passando e meus olhos ainda estavam pregados nos dele.

   - Seus olhos são... Lindos - Estava ofegante ainda e ele pôde perceber.

   Ele se virou e correu. Mas correu para longe. Talvez tenha virado uma das ruas que se encontravam no final da rua esquisita, não sei. Será que tinha uma rua lá atrás? Dei um passo pra frente, mas um vento super forte me fez arrepiar toda e aumentar meu medo que estava indo embora. - "Eu tenho que vencer meus medos" - Disse para mim mesma. Andei devagar e a cada passo, eu parava para ter certeza de que era aquilo que eu iria fazer. No quinto passo, já não podia mais voltar. Eu estava vencendo um medo. Um medo que poderia terminar em tragédia...

   - Espera! - Gritei sem saber se ele estava ouvindo.

   - Suma daqui! - Gritou aparecendo rapidamente na minha frente, como se fosse super poderes. Segurou meu braço com força. 

   - Está me machucando! Solta. - Olhei novamente para aqueles olhos azuis. - Ou melhor, solte os passarinhos.

   - Já te falei quem eu sou?

   - Não, mas eu sei quem você é. - Engoli seco e ele não ficou sem falar nada, apenas me encarando - E sei o que está acontecendo. - Pausei esperando que ele dissesse algo, mas não disse - Por que os pássaros?

   Ele pretendia não falar nada, mas depois dessa minha pergunta, não falei mais nada também. Eu queria uma resposta! Eu precisava de uma resposta!

   - É tarde, vai pra casa - Ele me empurrou enquanto soltava meu braço.

   - Não! Eu quero uma resposta. Eu não vim aqui atoa!

   - Veio sim! - Gritou não muito alto - Você me seguiu até aqui! Seguiu um estranho!

   - Você não é um estranho!

   - Você não me conhecia com a máscara.

   Os argumentos dele me assustavam. Eu vi que ele não iria responder minha pergunta. Achei melhor ir para casa, já estava ficando tarde e as pessoas poderiam sentir minha falta. Virei as costas a ele e andei, saindo daquela rua estranha. 

   - Espere! - Ele chamou-me sem gritar, com uma voz doce, a voz que eu conhecera um dia.

   - Suma daqui... Não foi isso que você disse? - Ele sentou-se no chão de cabeça baixa.

   - Meu pai, antes de morrer, quando estava no hospício, pediu que eu levasse um passarinho pra ele. - Virei pra ele para ouvir a história completa e ele retirou o capuz do casaco da cabeça - E eu tentei, mas não deixaram eu entrar com o passarinho. Deixei o pássaro lá fora e fui ver meu pai. Cheguei lá e disse que não podia entrar com pássaros e sabe o que ele me disse? "Eu só ia te mostrar como é matar um pássaro. Eles não servem pra nada mesmo, além de fazer barulho. Filho, quando eu morrer, já que vou morrer nesse hospício, destrua todos os pássaros pra mim. Ficarei feliz em saber que você fez isso por mim" E esse foi seu último desejo antes de morrer, eu tinha que realizar.

   Um vento forte tomou conta de nós dois e acho que ele ficou com medo, mas eu não. Eu teria de falar algumas pra ele, mas pretendia ir com calma. 

   - Tudo acaba, esqueceu? - Acho que ele entendeu a que eu me referia.

Autora: Katlyn Neris
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Vamos voar para longe daqui? [Ronan]

   Ela não aguentava mais! Reuniu todos e proclamou: "Hoje é o nosso dia de sorrir". E um garoto lá atrás tomou a palavra: "Sorrir falsamente?". Ela esperava uma pergunta dessas e já tinha a resposta: "Não, o sorriso que Deus nos deu". Saíram seguindo-a. A cada pedaço que parava, ela estava dando tipo enigmas. Acho melhor chamar de frases de felicidade. Mas ninguém sorria com nenhuma frase daquela. Todos estavam afogados em mágoas e tristezas ocasionadas por pessoas de sua vida feliz. Então ela teve uma ideia melhor. Nada melhor do que chamar individualmente cada um, hein?

   - Você! - Apontou para uma menina de, talvez, 14 anos. - O que houve?

   - Término de namoro. Ele me trocou pela minha amiga.

   - Isso não se chama término de namoro! Isso se chama falta de caráter ou falsidade, você escolhe. E cadê a garota forte de dentro de você? NÃO! Não responda! Aquela garota ainda existe, ela não morreu e nunca vai morrer. Sabe por quê? Porque ninguém vai te mudar. Ninguém pode te fazer chorar. Você não sabe, mas pode ter alguém por ai capaz de fazer de tudo para te ver sorrir, já pensou nisso? - Ela balançou a cabeça, negando - Claro que não pensou! Estava ocupada demais pensando em como ama um idiota que está te fazendo sofrer. - Ela pausou - Já viu que as pessoas dão mais valor quando você tá feliz? Elas até estranham sua felicidade ser grande demais e algumas até ficam com inveja. Mas quando você está chorando, não tem ninguém ao seu lado, não é? - A garota concordou - Pois é. Pense nisso.

   Andou mais um pouco até um banco da praça. Fez todos sentarem no chão como se fossem crianças do maternal e ela a professora que estava sentada no banco.

   - Você! - Apontou para um garoto que ainda estava chorando - Você é muito corajoso de vim aqui chorando sabia? Muitos de seus amigos estão aqui e deveriam está dizendo milhões de coisas, e você sabe quais são esses tipos de coisas. Você chorar na frente deles... Sim, muito corajoso. O que houve com você?

   - A garota que gosto me deu um fora enorme, depois de ter feito tantas coisas por ela.

   - Que coisas você fez? - Insistiu saber dos detalhes.

  - Eu comprei chocolates, tentei falar com ela sobre nós, tentei dizer o que sentia, passei madrugadas acordado por causa dela... - Foi interrompido
  - Basta! Acordado por causa dela? - Ele concordou - E ela te deu o maior fora com toda grosseria possível?
   - "Eu gosto de outra pessoa, você sabe disso! Mas vamos continuar sempre amigos" Essas foram suas palavras - Disse o garoto.
   - Você sabe o que significa esse "amigos"? Talvez vocês nunca mais se falem. - Ele abaixou a cabeça - Ou talvez ela esteja interessada em algo que você tenha. Você é um garoto que, pelo que vejo nesse pouco tempo, tem um coração enorme e qualquer garota iria querer um garoto como você. - Pausou - Só resta saber se você quer continuar sofrendo ou você sair dessa.
   - Não tem a opção de'la me amar?
   - Não, não tem. Você não pode mandar no coração dela sem a permissão, até porque não tem como.
   Levantou-se do banco e andou até uma grama um pouco distante dali. Todos sentaram em um circulo.
   - Acho que a maioria dos problemas aqui é sobre amor, mas tem um problema que é muito pior que o de todos vocês, sabiam?
   Todos se olharam estranhamente enquanto ela chamou uma pequena garota de 4 anos que sentou no colo dela.
   - Essa é minha irmãzinha, Cath, e seu amiguinho da escola está com leucemia. - Falou dentre vontades de chorar - Ele está prestes a morrer. Minha irmã, Cath, só tem 4 anos. Idades muito menores que a de vocês, suponho. E, sinceramente, vão continuar achando que o problema de vocês não tem solução? - Pausou um pouco - Minha irmã todos os dias olha pra mim e diz: "Ele vai sair dessa". E ai? Quem vai querer voar para longe daqui? Para longe dos seus problemas que podem ser resolvidos por vontade própria? Diferentemente do amigo da minha irmã, que não escolheu está na situação que está.

Autora: Katlyn Neris
Baseada na música Ronan de Taylor Swift e algumas desilusões amorosas dos meus amigos.
Dedicado a: Hugo Machado, Inghyson Oliveira e Anne Louise.

A trocada.

   E ela estavam bem, conversando com um amigo, como se fosse a primeira vez que eles se falavam. Passaram a tarde nisso: Conversas. Mas talvez alguém não tenha gostado muito disso, também não falou nada. Ela conseguia perceber, mais do que algumas pessoas. Porque, por ser A estranha, já passou por toda falsidade do mundo e agora já sabe como se relacionar em relação a isso. Bom, as conversas foram distraídas diante segundos por causa de uma só pessoa. É, duro não? Ela teria que substitui-lo também e assim fez.

   E quando estava começando a ficar mais feliz do que já havia ficado num dia, depois que parte de sua vida tinha acabado, tudo acontece novamente. Tem um assunto que atrapalha as melhores brincadeiras: Alguém que trás vidas de algumas pessoas mais tristes não? - Eita coisa. - Mas algum dia essas conversas não vão mais aparecer na nossa frente e daí vamos conversar seriamente sobre pessoas normais.

   Achei que meu dia ia terminar bem, mas estou vendo que vai ser do jeito dos outros dias. Acho que hoje ainda não é o dia de abrir aquele sorriso sincero que eu abria algum tempão atrás. Acho que algumas pessoas ainda lembram desse sorriso, lembram? Bom, estou me sentindo A trocada hoje. Talvez porque eu me importe demais e não seja correspondida. Mas próximo ano eu vou mudar, estou pensando nisso. Sim, próximo ano, está perto, e porque esse ano ainda tem pessoas ao meu redor que me empatam de mudar. Cadê os amigos verdadeiros, minha gente?

   Não sou eu, eu sei. Já disseram que o problema não sou eu. Daí só tem outra opção: As pessoas a minha volta - Sim, ta na hora de me livrar de tudo que me faz mal, urgentemente. Mas eu vou conseguir. Sabe por quê? Apesar de tudo negativo, ainda tem algumas pessoas que estão me servindo como ajuda nesses momentos. Sim, devo tudo a vocês. Acho que preciso me preocupar mais com vocês do que com outras pessoas que não dão valor a mim.

   Cadê você Sheakspears? Você me entende, vem cá me dá colo. 

Autora: Katlyn Neris

P.s.: Sheakspears = meu urso de pelúcia. Sim, nome bem maluco.

Quando se importa demais...

   Ela sempre se importou muito. Estava na hora de mudar, na verdade, a partir daquele dia deveria ter trago consigo que a verdade sobre o amor não existia. O amor não era mais para ser considerado uma coisa boa - Como qualquer pessoa que passa por isso - Mas ela preferiu acreditar no "Um dia", que um dia tudo ia se voltar pra ela. E ela realmente provou isso hoje. Acho que deveria está se perguntando porque é tão fraca. - As pressões das pessoas vão me deixar louca - Só não consegue juntar tudo para formar o que você realmente queria dizer, porque está se importando demais para não magoar as pessoas. 

   Está com chiclete na boca, olhando para quem passa. Porém, não é considerada uma estranha. Todos a conhecem e daqui a pouco está arrodeada de pessoas ou chorando por magoar uma pessoa. Só queria realizar seu sonho de ser feliz, mas está sendo pressionada as pessoas a sua volta. E se estivesse sozinha? Seria melhor? Teria forças para lutar sozinha? - Você não segura tudo só, precisa de alguém como apoio, precisa sempre de um apoio. Dependente e independente.

   Você só precisa pensar um pouco mais em você. É, cadê o amor a si próprio? Você perdeu pelo caminho enquanto caminhava sobre muletas das pessoas ao seu redor. Mas não se preocupe, você não precisa voltar, pelo caminho você reconstrói-se. - Eu acho -.

Autora: Katlyn Neris

Dedicado a uma pessoa que sabe muito bem :)

O ladrão de pássaros (parte 2)

   O vento estava contra mim, fazendo meus cabelos bagunçarem no meu rosto. Eu tinha que fazer alguma coisa, mas o quê? Meu primeiro estado foi de choque, não sabia o que fazer. Depois, automaticamente, eu corri. Corri atrás do garoto maluco o mais rápido que podia. Os pássaros estavam tão barulhentos que estava me dando dor de cabeça. O outro problema é que o garoto corria demais. Só gostaria de saber a idade real, pois não era normal ele correr daquele jeito.

   - Moço! Por favor pare! - Do que ia adiantar eu falar isso? Sim, eu era um tonta mesmo. 

   Já não sabia mais onde eu estava. Era uma rua esquisita, não muito longe da minha casa, mas que eu nunca havia passado ou visto. O medo estava tomando conta do meu corpo todo e eu estava me tremendo. O homem estava no final da rua escura. - Sim, já estava escuro o suficiente para as luzes da cidade estarem ligadas - Meu pés não conseguiam sair do lugar.

   - O que você quer garota? - Ele falava com uma voz grossa.

   - Você sabe o que eu quero. Eu quero que você deixe os pássaros livres. Eles moram na árvore da minha casa.

   Ele ficou parado por um tempo e os pássaros já não faziam o mesmo barulho de antes, eles estavam quietos. Fechei os olhos e senti meu coração acelerar rapidamente. As lágrimas desciam vagarosamente como uma pessoa que estava sendo torturada para não chorar. Eu precisava me livrar daquele local, mas não conseguia. Alguém já passou por isso? Não por está nessa situação com um homem psicopata, mas na situação de querer sair e não poder fujir? Melhor eu explicar direito. 

   Um tempo atrás, pelo resto de lembranças, eu tive um amor que me atacou nos meus momentos de fraqueza. Eu estava triste por meu cachorrinho de estimação ter morrido e de repente um maravilhoso garoto chega e - finge - se preocupar comigo. O problema é que parece que as pessoas sabem o quanto eu amo garotos que se importam. "Eu senti sua falta esses dias" "Mas não levantou nem o bumbum da cadeira pra me procurar" - Ri junto com ele - "Meu pai foi internado, não deu muito tempo pra te procurar" "Sentiu minha por que então?" "Lembrei daquele dia que a gente estava na fazenda nos nossos avós. E escrevemos na árvores as nossas iniciais. Você que me acolheu quando meus pais brigaram" "Eu sempre ajudo aos meus amigos" "Só que eu não queria ser apenas o seu amigo" - E a partir dai tudo foi motivos de risos, até 16 de março, quando o "amor acabou". Amor acaba? Eu não sabia disso até me provarem.

    Eu lembrei desse dia também por causa do pai dele que ficou louco depois de tantas brigas com a mulher. Acho que a mãe dele nunca mais dormiu bem, sentindo-se culpada por aquilo. Não é atoa que o garoto teve que morar com os avós, se mudando para longe do meu caminho. Bom, mas isso não vem ao assunto. Eu estava se dando, talvez, com um psicopata para salvar passarinhos que nem meus eram. Foi quando as luzes se acenderam perto de mim e soltei um grande grito, sendo surpreendida pelo homem que tampou a minha boca. Quando abri os olhos para tentar me soltar, vi aquele rosto. Que rosto era aquele? - Ele retirou a máscara que sempre esteve. Nunca vi mais assustador. Sim, eu estava na pior situação que podia estar.

Autora: Katlyn Neris
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Tão longe e tão perto.

   Já percebeu que quando você quer esquecer uma pessoa, sempre tem algo que a faz lembrar dela? - Por todos os lados aparece alguém parecido com ele, a foto dele tem que aparecer em algum lugar, alguém tem que falar dele pra você... Ai seu mundo feliz do "Bob" acaba se tornando uma tempestade de madrugada. Sim, da vontade de dizer coisas que não direi aqui. Mas o pior é que você fica relembrando disso a cada minuto e não sabe como fazer para tirar-lo da sua cabeça por um momento. Talvez só no dia seguinte, talvez  no dia seguinte ainda lembrasse. Ás vezes da vontade de sumir...

   Ela estava com os amigos na maior diversão quando ele passou ao seu lado. O coração dela acelerou como sempre havia acelerado e ela se segurou para ele não sair de dentro dela. Suspirou e olhou para sua melhor amiga. Sussurrou medos da sua boca coberto de tristeza. Ela olhou para trás e, ainda com o coração batendo, sentiu vontade de chorar, mas preferiu se enganar. "Eu dia eu vou esquecer, eu sei", mas ela estava mais preocupada com "tirar da cabeça" do que "esquecer" - Ela não sabia esquecer, mas sabia deixar de gostar. Até porque... Esquecer do passado? Já esqueceu de algo bom que aconteceu na sua vida? Aposto que não.

   Já estava tudo de bom novamente. Bom demais para ser verdade, quando ele a olha e sorrir da maneira mais boba possível. E ela lembra de todos os momentos que um dia ele sorriu desse jeito com o motivo sendo ela. Aquele sorriso não era mais dela. - Ela teve aguentar mais uma vez na sua cabeça as lembranças daquela pessoa que realmente não merecia. Chorou. Mas não chorou com lágrimas. Chorou com o coração.

Autora: Katlyn Neris

O ladrão de pássaros. (Parte 1)

   Ainda estava cedo, nada estava escuro, era 4 horas da tarde. Os pássaros sempre faziam um barulho danado e voavam pra lá e pra cá, tão livres. Eu achava lindo ficar olhando os pássaros nessa hora da tarde, porque tinha um que sempre parava na janela e ficava ali comigo enquanto eu lia meus livros favoritos. Nem sempre ele estava comigo, ele não ficava preso... - Era meu animalzinho de estimação livre.

   Mas hoje foi um dia que eu nunca vou esquecer. Eu estava lendo um dos romances policiais de Agatha Christie e não ouvi nenhum barulho dos pássaros. Essa hora já era para eles tarem mais do que barulhentos. Fiquei, fiquei, fiquei. Olhei, olhei, olhei. E nada. Nenhum sinal de nenhum pássaro hoje, nenhum. Eu estranhei muito mesmo, não havia como não estranhar. - Deixei o livro na mesa e fiquei debaixo da árvore que os pássaros viviam. Gritei. Não se ouvia nada. Hoje estava parecendo dia de funeral. Foi ai que algo me chamou atenção. Um garoto passou por frente da minha casa andando rápido e com umas malas bem grandes. 

   - Ei! - Gritei - Garoto!

   - Sim? - Ele parou em frente ao portão e corri até lá

   - Você viu algum pássaro por aqui?

   - Não tem pássaros aqui, moça. - E voltou a andar.

   Como não havia pássaros aqui? Claro que havia! Mas hoje eles não se lembraram de mim. - Abri o portão e sentei na calçada. De repente, um passarinho apareceu andando do meu lado. Arregalei os olhos e percebi que era o Meu passarinho. 

   - Pequeno! - Quando olhei mais diante a ele, percebi que estava com a asa machucada - O que houve com a sua asinha? 

   Me deu uma vontade de chorar. Doeu em mim ter que vê-lo machucado, mas eu aguentei. Fiquei tentando imaginar comigo mesma o que havia acontecido. Pensei: Acho que ele deve ter caído do ninho. O pior é que eu também estava preocupada com os outros passarinhos que não haviam começado os batuques hoje. Peguei Pequeno na mão e quando ia entrar de novo dentro de casa, vi o homem novamente passando.

   - Moço! - Falei e ele se revirou olhando para o Pequeno na minha mão.

   - Onde achou esse passarinho?

   - Ele é meu, moço.

   - Não, ele é meu.

   - Seu?

   - Meu. Dê ele pra mim.

   Foi quando ouvi um grande barulho de pássaros vindo da mala do garoto.

   - Dei-me sua mala pelo Pequeno.

   Ele colocou a mala no chão e tirou dali umas duas gaiolas com uns dez passarinhos cada. Olhei com os olhos arregalados e disse-lhe:

   - Você não pode prender os pássaros!

   - Dei-me esse outro pássaro - E jogou a mala vazia aos meus pés - A mala é sua.

   - Não!

   Ele puxou o Pequeno com toda força e correu, correu tão rápido que não parecia uma pessoa normal. 

   - É meu sonho! - Gritei e ele pôde ouvir.

   - E eu sou um ladrão de sonhos, pequena! - Gritou e voltou a correr.

P.H. - Autora: Katlyn Neris

Importância.

   Eu paro no tempo e penso se algum dia você já dera importância a mim. Ás vezes parece que não, ás vezes parece que sim. - Era uma noite alegre, mas eu tinha esquecido de que era um outro mês que passara. Ficaria mais triste se você tivesse lembrado e eu não, mas você também não lembrou. Se tivesse lembrado não destruiria tudo naquele dia. - Tinha sido um dos dias que eu pude esquecer um pouco a vida e me divertir. Porém, alegria de pobre dura pouco, não é o que dizem? Acreditei que podia dormir feliz naquela noite, mas algumas palavras acabam tudo que você conquistou em um dia, concorda?

   Eu desejaria que você estivesse lendo o que escrevo para que pudesse pensar sobre tudo. - Lembra da nossa primeira briga? Ainda eramos amigos. Lembra das discussões bobas que tivemos? Lembro de tantas... - Pois é, mas eu creio que você não está lendo. 

   Queria que apenas um dia tivesse dado importância e tivesse pensado um pouco mais. Eu queria entender o real motivo de todas as coisas que aconteceu até aqui, porque sinceramente, eu não sei mais de nada. Pedi a Deus que fosse pra sempre, mas eu acho que ele percebeu o que estava bem no meu interior. E acho também que algumas pessoas ao meu redor já sabia que isso ia terminar, até com apostas. Me perguntei por que aquilo estava acontecendo comigo - Não tive resposta. Talvez tivesse um outro amor querendo tomar o seu lugar. Não tinha de deixar isso acontecer, até você sumir de mim.

   Você ainda está com seu coração exatamente como estava, mas o meu despregou algumas peças, mas eu estou concertando. Já está quase pronto de novo. Um dia eu vou ser tão feliz que vou olhar pra trás e dizer: Valeu a pena - Também, nem vou lembrar da dor dos antigos amores. Está na hora de você rever sua vida.

Autora: Katlyn Neris

Em busca de um novo amor

Ninguém pode negar o quanto dói um amor

Consequentemente, ninguém sabe o real sentido

Não sei, mas quando olho para uma rosa

Me lembra que pode existir o amor. Esperança.

Quando há um sofrimento por amor

Logo queremos buscar um novo, 

Pelo menos acho que deveria

Em busca de um novo amor estou eu

Correndo dentre os caminhos

E vasculhando cada centímetro de terra

Cadê você querido?

Por que demoras tanto?

Estou esperando você chegar

Estou esperando você me mostrar

Estou esperando que um dia você também me espere.

Só tenho medo de que eu esteja indo 

pelo caminho errado.

Mas se eu tiver indo, me encontra?

Autora: Katlyn Neris

A luz do dia.

A noite está acabando

Mas os meus travesseiros ainda estão sonhando

As queridas nuvens de algodão

Que me aguentam todas as noites.

Quando abri a janela

E vi aquela grande fonte de luz

Não pude acreditar na claridade

Que um dia foi ar de amizades

Fecha os olhos um pouquinho

Mas ainda parecia forte

Forte do suficiente para parecer que eu havia morrido

Não tinha morrido não...

Mas fazia tempo que a luz não fora tão forte

Era apenas a luz do dia

Um novo dia que vai me fazer mudar

Autora: Katlyn Neris

Meu querido mau amor!

   Minha cabeça está latejando, mas eu estou aguentando firme. Sou forte o suficiente de me ficar em pé e ouvir tudo o que você me diz, não acha? Eu já aguentei tanta coisa por você e o que eu ganho em troca? Acho que eu merecia pelo menos o seu amor. Pelo menos mesmo. Eu merecia também a sua confiança, sua fidelidade, seu carinho, sua compaixão, sua paciência... Eu lembro de quando você me dizia coisas que não se encaixavam em o que eu merecia. Eu teria que retirar das coisas que formam o amor. Ou seja, da lista de "fidelidade, carinho, compaixão, paciência...", eu teria que passar um risco por cima de um, sempre.

   Eu mostrei todo o meu amor por você, mas você não quis escutar-me. Por que se faz assim? As vezes eu fico imaginando se você vai conseguir conquistar alguém com esse seu jeito... Talvez sim! Tem 7 bilhões de pessoas no mundo bem mais retardadas do que eu.

   Minha cabeça não para de latejar, mas eu estou firme e forte. E faria tudo de novo. Aguentaria firme e forte para mostrar que meu amor vale ouro e o seu não está valendo de nada pra mim e talvez não valha pra ninguém. - Por um lado eu estou feliz que tudo acabou (ou nem começou), pois não gastei mais nem um segundo o meu precioso amor. Mas eu sei que um dia eu irei encontrar alguém que o dê valor a ele bem mais do que um dia você deu.

   Só estou esperando Deus colocar outra pessoa na minha vida, para que eu possa mudar de caminho. O caminho certo. Ou será que já estou seguindo o caminho certo? Acho que só irei descobrir um pouco mais adiante...

   Ê pequeno e querido mau amor, que um dia você possa entender que esse seu amor precisa mudar, pois não é só amor que está em jogo. É amor, carinho, paciência, compreensão, compaixão, fidelidade... E tantos outros sentimentos.

Autora: Katlyn Neris
Dedicado a: Inghyson Oliveira e Hugo Machado.

"Lembre que me ouviu dizer"

   As vezes eu penso em chorar, mas vejo que não faz sentido. Pessoas ao me redor estão me insistindo para seguir em frente e é isso que quero fazer, mas tem algo está me puxando para ficar aqui. Eu quero que você perceba que eu não irei deixa-lo ir. As palavras não ditas estão me sufocando. Eu finjo não me importar porque quero que seja assim, mas tem horas que eu não consigo - As pessoas estão percebendo, apenas de saberem que eu quero seguir. Tem sempre uma sonoridade de longe que me puxa até você. 

   Quando estiver triste, lembre que um dia me ouviu dizer "eu te amo pra sempre". Lembre também que eu fiz tudo para ser uma boa namorada. Lembre que eu me importei mais com a sua felicidade. Lembre de tudo que eu senti. - E principalmente, lembre que eu nunca te deixei ir.

   Talvez você não saiba o quanto doeu ter que te deixar você ir. Acho que nunca passou por isso. Mas, um dia, quando você olhar para as estrelas porque está triste, você vai lembrar do passado e talvez entenda. Talvez. Já que você é tão difícil de entender e de querer entender. Se ao menos perguntasse um "como vai você?" Saiba que eu ia pelo menos achar que um dia você se importou, mas não. Acredito que você nunca se importou como eu achei que se importava. - Eu podia estar agora fazendo qualquer coisa, mas estou aqui escrevendo coisas que um dia não vão fazer mais sentido. Talvez.

   Por que tantos talvez? Creio que não há mais algo concreto sobre o que falar do que você pensa, do que eu penso, do que já pensamos... E todos os tempos e pessoa do verbo Pensar. 

   "Muda a estação / necessário e são / você é a florescer / calmamente, lindamente" - As estações estão mudando e eu ainda vou lembrar desses 9 meses. Um dia eu vou olhar para o passado com meus amigos e rir. Rir. O melhor remédio que dizem né? Mas pra mim não vai ser remédio. Vai ser apenas lembranças. Boas lembranças. Que eu vou adorar rir muito delas.

   Vejo crianças correndo pelo campo, alegres, sem nenhuma preocupação. Também vejo adultos se preocupando demais com o trabalho e que não arruma um tempo extra para ficar com as pessoas que amam. - Só peço a Deus que não me torne uma adulta assim. Eu quero ser daquelas que ainda vai ter um pensamento de criança. Um jeitinho de criança. 

Autora: Katlyn Neris

Coffee for me!

  Era tarde já, talvez 3 da madrugada. Estranho porque nunca havia acontecido isso comigo. Uma garçonete lá no fundo do balcão sentada em um banquinho e segurando a cabeça com a mão parecia querer saber o motivo de eu ser doida o suficiente para está ali as 3 horas da manhã de sábado. Sábado é o dia de todas as pessoas estarem em festas e se divertindo até o amanhecer, mas eu estava ali, em uma pequena lanchonete que não tinha nenhum movimento. Ou quase. 

   Eu tinha que esquecer tanta coisa. A única coisa que me fazia esquecer dos problemas era Café. Tem pessoas que bebem para esquecer os problemas. Viu como eu sou realmente doida? Café, café, café... Foram muitas xícaras de café, até perdi as contas, mas deu uns 70 dólares. Acho que estou exagerando um pouco... Um pouco...

   Todas aquelas promessas de amor que um dia eu acreditei que iam ser realizadas, não foram realizadas. Todos os beijos que tivemos, não fazem mais sentido. Parece que nada aconteceu com você né? É como se tudo que realizamos até aqui, não tivesse valido de nada, como se fosse... Todos os presentes, eu queria jogar no lixo, mas eu não fiz isso. Sabe por quê? Porque fez parte da minha vida. Queria apenas saber se você ainda pensa em mim, nem que seja um pouquinho...

   - Gostaria de mais outra xícara de café? - A garçonete apareceu bocejando e com um rosto acabado.

   - Desculpe-me. - Dei uma pausa e ela estava quase indo embora - Mas a senhora já sofreu por amor?

   - Por que quer saber disso?

   - Porque eu acho que se a senhora soubesse, não estaria com essa cara.

   Ela parou por um momento como se estivesse com pena de mim e ao mesmo tempo querendo me mandar embora dali. Mas tinha uma norma que os garçonetes só podiam sair quando ninguém estivesse mais lá.

   - Moça, não adianta sofrer por amor. - Disse ela.

   - Eu sei. Mas é que dói lembrar que tudo que demorou tanto para conquistar, acabou tão rápido. 

   Ela saiu dali calada. E diante alguns minutos, ela voltou com um pote com cigarro apagado. 

   - Você não sabe o quanto dói ter que aguentar isso todos os dias.

Autora: Katlyn Neris

Remédios do Amor

   Ela estava quase morrendo de tanto remédio que colocava pra dentro de si. Estava prestes a se matar em uma banheira. E não havia ninguém em casa. Sim, ela poderia morrer a qualquer momento. - Nunca foi tão perversa, mas estava começando a ser. O sol se põe e ela estava ao lado do armário esperando que todo o reflexo da luz saísse da parede. Quando tudo saiu, levantou-se do chão e foi passando tontamente até o banheiro. Segurava nas paredes para não cair.

   Precisava dele mais uma vez, mas ele não estava ali. Pra que? Ele não precisava dela mesmo. Ela que era uma boba de se achar que um dia ia tê-lo. Talvez até uns dias atrás. Mas estava disposta a tomar uma decisão pra mudar sua vida. Ou acabar com ela.

   - Queria te roubar, assim como você me roubou. - Ela sussurrava a si mesma tentando tomar coragem para olhar seu rosto marcado e sujo no espelho do banheiro.

   Ela lembrou dos momento que ele a desprezou. Ela fez de tudo para que ele se apaixonasse, mas não deu certo. Agora estava diante de duas pessoas e não sabia qual piorava mais a sua situação. 

   Olhou para si mesma, não era ela! Não podia ser! - Ela ouviu portas se fechando, paredes caindo, sons amentando o volume, horas passando depressa e... Ele chegou. Ela se revirou para trás e desceu as escadas depressa. Ele não acreditava no que via: Não foi por ela que ele se apaixonou um dia! Já nem a reconhecera mais, era uma estranha. Tentou explicar a ele o que estava acontecendo, mas ele passou invisível ao seu lado como todos os anos. 

   - Eu precisava ouvir tua voz de novo. - Ela sabia que ele não a escutava - Por que não me da atenção?

   - Você não é a mesma. - Ele parou para ouvi-la

   - E nem você. - Disse diante de colocar mais remédios na boca.

   - Você é louca.

   E naquela noite ela poderia ter morrido se não fosse a sua força de pegar suas coisas e ir embora dali para procurar uma nova chance de ser feliz. Também, depois de tanto ingerir remédios do amor, teria que fazer um efeito na sua cabeça.

Autora: Katlyn Neris

Para longe daqui

Sei das palavras tão lindas

Que não estão mais aqui

Sei das palavras sinceras

Que se foram sem dizer adeus

Por que ainda acredito em contos de fadas

Se não conquisto quase nada?

E o amor não está voltado a mim

Só me resta lembrar de um falso amor

Que um dia se importou

Um dia se importou

Mas um dia eu vou esquecer

Das rosas de sangue, dos espinhos cantantes

Para acha o que já era pra está aqui

E um dia eu vou seguir

O caminho que ainda tenho de ir

Para longe daqui

Acredito nas pequenas crianças

Que mostraram sua confiança

Fugiram das estradas do amor

Que só machucaram as feridas

Autora: Katlyn Neris

Multiplica.

Eu acredito que bem longe daqui
Ainda já alguém que irá me fazer feliz
Que será do jeitinho que eu sonhei
Não perfeito,
Mas que eu possa chamar de perfeito.

Ele vai pensar na minha felicidade
Como ninguém nunca pensou antes.

Quero alguém que me dê carinho
E me faça sentir como um passarinho
Livre, livre, livre
Ô garoto, cadê você?
Está demorando demais a chegar até mim
Estou precisando de alguém como você
Aqui, juntinho de mim

Acho que todas as pessoas merecem
Alguém que elas sempre sonharam
É só fazer por merecer.

Autora: Katlyn Neris

Disco do passado

   Aquele era o último disco que ela guardava. Era um disco diferente, todos diziam, até mesmo ela. Sempre que escutava-o ela queria chorar, mas não deixava cair nenhuma preciosa lágrima de seus olhos. Mas ela não escultava porque queria sentir aquela sensação. Ela queria relembrar um pouco dos momentos que um dia fizeram parte de sua vida e depois retira-los de dentro de si. Ela estava disposta a mudar depois que tudo fosse colocado em jogo.

   Ela lembrou de quando se conheceram. Foi o motivo pela qual ela se apaixonou por ele. Lembro das suas músicas e bandas favoritas. Do primeiro beijo, claro, essencial. Das brincadeiras que inventaram, das brigas idiotas, das conversas dentre risos. Ela lembrou de que foi feliz, bem feliz. Ela gostava de passar os dias ao lado dele acreditando que ele podia ama-la de verdade. Era o que ele dizia. 

   Ela, hoje, morre de medo do para sempre. Ela escuta conversas sobre casamentos e filhos e tem vontade de gritar, dizer tantas coisas. Dói saber que todas as coisas planejadas foram para o ar diante segundos. Você leva meses para conquistar uma coisa e ela acaba diante segundos... Por que isso? - Ela se perguntava - Deveria demorar um pouco para perder, pelo menos até os dois desgostarem igual. - E se não desgostasse? - Ai teria que vim os segundos, mas só depois de um belo tempo.

   E o disco ainda estava rodando. E ela tendo suas ideias. Ideias que poderia mudar para sempre a sua vida. Ideias que seriam ótimas para que ela tivesse uma vida melhor, mais que feliz. Sim, ela merecia.

   - Por que tanto escuta esse disco, pequena?

   - Porque é ele que vai me mostrar o caminho para um novo amor

   Ela acreditava ainda nos contos de fadas, pequena, inocente. Por que isso? - Não é um idiota que vai me fazer mudar meu pensamento! - Deveria pelo menos tomar consciência de que está no mundo real e contos de fadas não existem, não é mesmo? Mas não falou nada. Só pensou. Só pensou.

   - Mas o disco só está fazendo você lembrar do passado. Levanta daí e vai refazer sua vida.

   Ela percebeu que o que falara a ela era verdade. A vida não ia se fazer diante dela. Ela teria que se levantar e refazer... Não, refazer não. Ela ia seguir em frente, pois a vida não pode parar.

Autora: Katlyn Neris

You're gone too fast!

Estava ali em todos os momentos

Me fazia feliz como nenhum outro

Por que você se foi?

Estava tudo tão bem, tão bem.

Você se foi rápido demais.

Eu estava bem, como nunca antes

Senti-me uma princesa de contos de fadas

Só esqueci que contos de fadas não existe

Que tudo isso foi invenção dos filmes.

Rápido demais, você se foi

E eu não tive tempo de me despedir

Queria apenas um 'adeus'

Apenas um abraço de despedida

Mas a sua felicidade era bem mais importante

O que eu não esperava de você...

E agora estou aqui

Esperando tudo dá certo

Por que você se foi rápido demais.

Autora: Katlyn Neris

Das flores ao seu amor

   As flores começavam a cair, mas não era fim da primavera ou mesmo o começo de um outono. Eu lembro de quando elas ainda estavam nascendo e de como demorou. Ficou tudo perfeito e todas as pessoas que olhavam diziam: "Elas vão ficar ai para sempre" - É, eu também achei isso. 

   Não deu tempo nem de vê-las desmancharem, elas foram de vez murchas. Vendo aquelas bonitas flores no chão, caídas e sem nenhuma cor, era de partir qualquer coração. Mas o que poderia eu fazer? Só me restava olhar para elas e lembrar do passado. Eu lembrei de quando deitávamos pela grama e corríamos dentre as flores. Eu lembrei das promessas ditas ali e dos sorriso depois de "eu te amo". Eu lembrei das promessas quebradas, principalmente essa de que as flores não iriam murchar. Agora nenhuma promessas me importa a não ser que seja cumprida.

   Foram momentos bons que talvez nunca saiam de mim, mas se um dia sair, eu quero que vá para bem longe, que eu possa substituir de uma maneira que nada mais me importe. - Você beijava meu rosto e eu  bagunçava seu cabelo. Eramos duas coisas inseparáveis. Nunca estávamos longe, estávamos pregados pelo coração. Foi o dia que eu me senti longe e triste diante de sua companhia. Não estávamos mais pregados pelo nosso coração. Acho que você não sabia o quanto dói e eu me pergunto se você já se passou por isso. Ninguém, nem eu, saberia de dizer de um garoto que simplesmente morreu. Morreu de dizer "eu te amo". Morreu de fazer promessas. Morreu de fazer acreditar. E morreu de amar.

   Que amor é esse que acaba? Não, não acaba. As flores murcham, eu creio, mas não são como o amor. É por isso que eu digo e repito: Há muita gente que não sabem o que é o amor e tem outras que fingem que sabe.

   Mas ainda tinha uma flor. Lembra daquela que chamamos de coisas boas? Pois é, ela ainda está comigo, em cima do meu piano. E vai continuar lá. Pra eu olhar pra ela e querer destruí-la. Mas eu não vou fazer isso porque um dia você vai olhar pra trás e ver o quanto estava errado e eu vou te dar essa flor pra você, pro resto da sua vida, sentir a dor que eu senti.

Autora: Katlyn Neris

Paquerar suas máscaras.

Você parecia ser alguém que eu conhecia

Mas será que eu realmente conhecia?

Eu penso em todas as vezes que eu preferi você

Eu fiz tanto para te agradar

Esse amor era aquelas flores arrodeadas de espinhos.

Novamente aquele tipo de tristeza estranho

Eu não acreditei que era assim

Você nunca foi quem eu pensava

Mas eu acreditei

E você mostrou quem nunca mostrou ser A mim

Acho que vou paquerar as suas máscaras

Não seja tão baixo

Você disse que ainda seriamos amigos

Mas eu não vejo isso. Daria mesmo?

Eu fico feliz que tudo acabou.

Suas máscaras são como ventos

Arrepiam. 

Acariciam.

Superam-me.

Você só se tornou alguém que conheço

Não é mais o mesmo

Não é mais aquele preocupado

Mas eu estou feliz que tudo acabou.

Autora: Katlyn Neris

Ainda encontrarei alguém

   Realmente foi bom enquanto durou. É bom quando a gente sente feliz em cada dia que passa por ter uma pessoa que sempre está dizendo coisas bonitas e até discutindo com você pra dizer que você é perfeita. Já parou pra reparar que essas coisas sempre acabam? 

   Ela saiu pela rua e foi em busca do amor - Nada encontrou aqui, nada encontrou ali - Onde estaria esse amor tão difícil de encontrar? Acreditou que precisaria de mais tempo. O tempo foi passando e mesmo assim, só encontrava aqueles amores fajutos que pareciam sair de algum lugar bem ruim. E por que ela continuava com aquele sorriso no rosto? Por que não estava triste por não achar um amor certo? Ela andava por ai sorrindo mesmo, não porque esta falsificando o sorriso, mas porque ninguém merecia vê-la triste e não adiantava. Quem iria se importar? Ela está cuidando de sua própria vida agora.

   Ás vezes eu lembro o quanto era bom nós juntos. Tínhamos juntos os nossos segredos, nossas brincadeiras, nossas coisas. Você me fazia acreditar que daria sua vida por mim e até mesmo suas palavras. Acreditar em palavras é uma coisa bem estranha já que muitas vezes saem de bocas sem nenhuma intencionalidade. Eu conheci uma pessoa que me tratava bem e me fazia sentir como se eu estivesse em um conto de fadas. Eu já deveria saber que não existe contos de fadas. Ingênua.

   Você disse que ainda íamos ser amigos dentre palavras difíceis de sair. Mas quer saber? Eu fico feliz que tudo acabou. Ando por ai com o sorriso no rosto e estou seguindo uma nova vida. Nunca é tarde para recomeçar um novo amor. Eu realmente encontrarei alguém melhor, afinal, há 7 bilhões de pessoas no mundo não é?

Autora: Katlyn Neris

O que é o amor.

   Hoje to afastando tudo que faz mal de mim e já afastei tanta coisa, só falta uma...

   O amor é uma coisa tão complicada que muitos se enrolam quando perguntam: O que é o amor? - Elas se viram, reviram... Pra mim, não basta dizer 'eu te amo' todos os dias, porque isso já virou 'bom dia' ou pior que isso. Acho que mamãe me ensinou a não dá valor as pessoas porque ela sabe o quanto pode doer amar uma pessoa. Ela parece tão forte na minha frente, sempre pareceu. Eu cresci e comecei a achar que isso tudo foi por causa de alguém. Será? Eu deveria ter seguido a minha mãe. Mas eu via frases de amor e resolvi, mais uma vez, seguir meu coração. E deu certo? Claro que não! Todo coração é idiota. Sempre acredita em palavras bonitas, em 'eu te amo's, em 'você é perfeita', em tudo! Ê coração fajuto... 

   Eu aprendi desde cedo que o amor poderia causar muita dor. E, acho, que ninguém de 9 anos é forte para aguentar a perda de um amor. Mas aconteceu de novo! E dessa vez foi ainda pior! - Como vocês conseguem ficar com uma pessoa sem ama-la? E depois a burrada foi minha. - Eu acreditei que uma amizade se transformaria em amor. Não sei se foi amor E eu fiz uma coisa que talvez me arrependeu. Deixar alguém que me ama por alguém que talvez só tenha fingido que me ama É, fingiu. Por que sempre eu ouvia "eu te amo para sempre" ou "eu prometo de amar sempre" - Sempre? O que é o sempre pra você? Tudo bem, eu supero. Supero porque ninguém morre de amor. Ao meu redor está cheias de pessoas querendo um amor ou namorando. E eu estou aqui, sentindo falta de alguém que me ame. Eu tento, acima de tudo, agora, ajudar meus amigos, como sempre estava tentando. Daí, do nada, aconteceu o que tinha que acontecer. O Fim.

   Mas, por um lado, foi bom. Eu não conseguia te dizer que não era aquele futuro que eu queria pra nós.

Casar? Morar no Canadá? - Eu tinha medo de te magoar, sinceramente. Por que, acho que só eu sei o quanto você é sensível. Eu entendo a sensibilidade sua. Acho que Deus me deu o dom de entender as pessoas. É porque eu presto atenção nos míseros detalhes. Aquelas promessas que vocês descumpriu, as lágrimas que você me fez chorar, as 'não importâncias', os ciúmes - Eu lembro. Mas do que adianta lembrar? Não, eu não quero de volta. Porque quem ama, não vai embora. E eu quero alguém que eu ame, um amor para a vida toda.

   O amor não é a dor que você sente por gostar de uma pessoa que não gosta de você. O amor não é o sentimento que ocorre por alguém te dar uma coisa sentimental. O amor não é quando você sente suas mãos suarem ou seu coração acelerar. O amor não é você olhar pra uma pessoa e abaixar os olhos sorrindo. O amor não é você querer ver a pessoa feliz ou fazê-la feliz. O amor não é quando você diz "Você é linda" ou "Você é perfeita" ou até mesmo "Eu te amo". As pessoas olham uma pra outra e diz: Esse é o amor da minha vida. É? E por que você não deixa ela ser feliz?

   "Eu preciso dele" - E por que daqui a alguns dias você vai tá xingando ele? "Eu amo ele" - Quando a agente ama, não se troca. (acho que a última foi pra mim) Eu acho que o amor é um sentimento bonito beeem difícil de se encontrar. Sabe por quê? Você sofrer por amor? Não existe isso. Amor não é sofrimento. Amor é amor. Sofrimento é sofrimento. - Sofrer por amor. Acho que isso é uma dor que dá em você quando você GOSTA de uma pessoa. E GOSTAR não é a mesma coisa de AMAR

   Quando você ama, você deixa de lado o orgulho. - Já deixou o orgulho de lado alguma vez?

   Quando você ama, você deixa a pessoa ser feliz - Está deixando ser feliz? Ou está sufocando?

   Quando você ama, você daria sua vida por ela - Daria mesmo? Certeza? Pense 100 vezes nisso.

   Quando você ama, você pensa na alegria da outra pessoa e não na sua. - ...

Eu escutei tudo isso... "Dou minha vida por você" "Sua felicidade é mais importante que a minha" ... E hoje? Sabe o que aconteceu hoje? Essa pessoa não está mais aqui. Acho que deveria pensar muito bem antes de dizer qualquer palavra pra uma pessoa, pois no final o GOSTAR pode acabar. Mas o AMOR não. Amor não acaba, a não ser que alguém tire-o de você. Mas eu vou continuar sorrindo por ai. Eu sei que tem amigos, familiares e principalmente Deus, que querem ver o meu sorriso. Suas mensagens foram apagadas, assim como suas músicas, assim como suas palavras de carinho, assim como nosso futuro... Tudo... Eu vou reconstruir minha vida a partir de agora. Quero voltar a minha vida alegre. E pra isso, eu tinha que desabafar aqui.

   Fica a dica: Amor existe, mas acho que ele está beeem longe aqui, talvez em outro planeta, porque muitos ainda estão procurando.

Autora: Katlyn Neris

O texto foi postado no twitter (@Katlyn_Oliveira) no dia 19/09/2012