Eu estava saindo de supermercado quando fui abordada por uma criança chorando que correu e abraçou. Talvez tenha achado que era sua mãe. Eu, garota de 17 anos estranhei, mas abracei a criança. E depois ajoelhei-se perto dela e perguntei onde estava a sua mãe, mas ela não respondeu. Continuou chorando e pensei em ir até o gerente do supermercado anunciar no som onde estava a mãe da criança, mas, em vez disso, peguei a criança no braço e sai perguntando para as pessoas ao redor. Todas respondiam que não conhecia a criança e nem era a mãe.
Estranhando, fiquei rodando por ali e, depois de 30 minutos, a criança não tinha mais forças para chorar, apenas soluçava. E foi quando resolvi perguntar novamente para ver se ela respondia. A criança chacoalhou-se e pedia pra ficar no chão. Assim fiz, deixei a criança no chão e ela saiu empurrando o carrinho de supermercado até um carro desconhecido.
- Esse é o carro da sua mãe?
Ela apenas balançou a cabeça afirmando não. E depois deu a volta ao carro querendo me mostrar a janela do banco do motorista. Quando olhei pela janela, eu vi, primeiramente, um celular caríssimo no banco do passageiro e depois levantei a visão vendo um chaveiro no espelho de dentro do carro. Eu reconhecera aquele chaveiro. O chaveiro era uma estrelinha pequena e amarela feita de tecido, do mais velho possível, e ainda tinha umas bijuterias sobre o barbante que lhe prendia no espelho.
ERA MANHÃ BEM CEDINHO QUANDO MINHA MÃE RECEBEU A LIGAÇÃO DE QUE A MINHA AVÓ estava precisando falar urgente com ela e não poderia ser via telefone. Minha avó morava em outra cidade, uns 100 km da minha cidade. Eu ouvi o barulho da minha mãe gritando com meu irmão mais velho de que ele teria que ir para escola sozinho porque a vovó estava um tão quanto estranha no telefone e meu irmão gritava com ela de que não iria para escola. Acordei arrastando meu lençol e meu urso de pelúcia para ver o que estava acontecendo e mamãe correu até mim.
- Mamãe vai na casa de vovó, mas volta antes de anoitecer. - Ela se virou para meu irmão - Leve ela pra creche e depois vá para escola. Seja responsável pelo menos uma vez.
Eu retirei do meu ursinho um chaveiro com uma estrela pequena e amarela com bijuterias no barbante que a prendia para que fosse colocada em algum lugar e dei pra ela. Meu irmão suspirou, mas concordou. E aquela foi a última vez que a vi. Quando eu recebi a notícia, não entendi muito bem já que era tão nova, mas no dia seguinte daquele dia eu entendi, pois minha mãe não voltara mais para casa.
E EU OLHEI NOVAMENTE PARA A CRIANÇA PERTO DO CARRO. Eu reconheci-a. Ela era eu. Eu quando tinha 5 anos e revivi aquela cena cruel da minha vida. Aquela eu de 5 anos abriu o carro e pegou o chaveiro. Colocou na minha mão e correu para o lado contrário da minha frente. E eu virei para trás para ver até onde ela ia, mas ela virou a curva onde nunca mais a vi.
Autora: Katlyn Neris

Nenhum comentário:
Postar um comentário